Interessante, uma coisa que era brinquedo na infância onde se fazia coisas mirabolantes com o carrinho, velocípede, patins, carrinho de rolimã e repentinamente, na vida adulta, transformar-se num objeto de total rejeição, medo e muitas vezes de pavor.
A sensação de medo é consequente a liberação de determinados
hormônios no organismo, principalmente adrenalina e noradrenalina, mas
outros hormônios são liberados e causam imediata aceleração cardíaca.
Na verdade, é a maneira do organismo responder a uma estimulação
contrária, física ou mental com objetivo de fazer o indivíduo partir para
luta ou fuga.
O medo sempre existe quando começamos a aprender a dirigir. Ele
persiste durante algum tempo após tirarmos a CNH e vai desaparecendo à
medida que a experiência se torna presente. Esse medo inicial é porque já
não temos o instrutor ao lado o que faz aumentar a preocupação com o
trânsito e a possibilidade de sinistros.
Mas por incrível que possa parecer, 6% da população Brasileira, isto é,
12,9 milhões de brasileiros são portadores desse medo de grau maior ou
menor que, cientificamente é chamado de amaxofobia.
Isso é caracterizado como medo excessivo e irracional de dirigir ou
mesmo estar dentro de um veículo, o que é bem semelhante ao
transtorno de ansiedade. O pensamento está voltado para os riscos de um
sinistro, levando ao estresse e, muitas vezes, ao pânico. Esse estresse é a
perda da capacidade de adaptação à situação vivida naquele momento e o
indivíduo descompensa.
Alguns portadores do medo excessivo têm histórico de traumas, sinistros,
experiências negativas, medo de perder a direção, atropelar alguém, bater
o veículo, matar ou morrer. Múltiplas outras causas, como pânico com os
congestionamentos, medo de estar sendo observado, críticas de
acompanhantes são outros fatores capazes de levar o indivíduo a ficar
preocupado e temeroso com a direção veicular.
Esse medo é sempre desproporcional a situação vivida e pode surgir com
informações e visuais da mídia em geral, como no noticiário de televisão,
que é assustador.
Dirigir para 94% da população portadora da Carteira Nacional de
Habilitação sempre é prazeroso. Mas para o portador de amaxofobia,
torna-se sofrimento.
Os sintomas mais comuns desse estranho medo são:
- Boca seca;
- Transpiração;
- Tensão muscular;
- Batimentos cardíacos alterados;
- Dor no peito;
- Dores de cabeça;
- Agitação;
- Formigamento;
- Vertigens;
- Tremores;
- Falta de ar;
- Suor nas mãos;
- Outros.
Quando isso está presente, é necessário buscar tratamento que é feito
pelo psicólogo e, algumas vezes, há necessidade de acompanhamento
psiquiátrico.
Seria interessante o diálogo, troca de experiências relacionadas à
amaxofobia com grupos portadores do quadro. Na realidade, com uma
troca de informações, experiências vividas vemos a recuperação de
múltiplos portadores que se encontravam no grau leve ou mesmo
moderado da fobia. Estimamos que 80% saem do quadro e partem para
direção veicular seguros e sem aqueles sinais e sintomas que por várias
vezes o levaram ao pânico. Sempre há indicação para uma avaliação e
conduta do psicólogo e raramente do psiquiatra.
O equilíbrio, pensamento positivo, a vontade de querer superar
certamente farão do motorista um indivíduo seguro, responsável,
seguidor das regras de trânsito e consequentemente sem transgressões,
sinistros ou medo.
Dr. Dirceu Rodrigues Alves.
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